E quando sua voz interior está em silêncio?
- Fernanda Pereira Medeiros
- 24 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de mai. de 2024
Você já quis estar em três lugares diferentes ao mesmo tempo?
Por muito tempo achei que não era possível sentir isso.. as escolhas pareciam simples, complexas, mas únicas... uma questão de “ouvir a voz interior”, “fazer o que mais tem vontade”.. o que realmente te faz feliz.

Muitos adolescentes escutam isso quando estão prestes a escolher a carreira.. muita gente escuta isso quando vai mudar de emprego.. quando vai escolher uma roupa pra sair... mas parece que o tempo passa, a gente constrói nossa história e percebe que não é uma estrada de mão única.
Vamos deixando caminhos incompletos, ruas sem saída, encruzilhadas atrás de encruzilhadas, projetos por concluir.. sonhos adiados. (Pra quando? Pra quem?)
Então, vez ou outra, você se percebe mergulhado em um sentimento dolorido de necessidade de ser infinito, onipresente, pra poder acompanhar cada esquina da sua própria história..
Vivenciar cada surpresa possível nas diferentes curvas que trilhou ou que mudou de rota.. E ao se deparar com essa impossibilidade, nos percebemos ausentes de algumas cenas do nosso filme.. mas o protagonista está em todas as cenas?
Nesse filme não.
E então é importante que compreendamos que estamos num curta metragem com muitos protagonistas que entram e saem da nossa história a cada mudança de rota, mas nos constituem até que os créditos comecem a subir e as pessoas vão saindo lentamente da sala do cinema..
Talvez só exista uma forma de vivenciar a necessidade e incapacidade da onipresença ou das dúvidas diante das escolhas: nos percebermos insignificantes, ao mesmo tempo fundamentais, como grãos de areia nesse universo de histórias que temos a sorte de poder acompanhar alguns capítulos.
It's times like these you learn to live again